20 de set. de 2011

Acabou a farra! PNBE corta drasticamente a compra de quadrinhos

Dilmá não quer que crianças leiam gibi! Só o Manifesto Comunista!

Decidi algum tempo atrás que deveria abrir um espaço maior para os quadrinhos nacionais, ou melhor dizendo, para a questão dos quadrinhos no Brasil, por que quadrinhos nacionais mesmo quase não tem nada de interessante que mereça uma resenha, uma frase. Quadrinhos no Brasil, infelizmente, ainda são mais um problema não resolvido.

Uma notícia que saiu hoje no Blog dos Quadrinhos me chamou a atenção e me deixou triste. O Governo Federal diminuiu drasticamente a compra de quadrinhos para serem distribuídos nas escolas públicas. O chamado PNBE, Programa Nacional Biblioteca da Escola, vinha dando um grande incentivo para o mercado editorial de quadrinhos desde 2006, com a compra anual de vários títulos, com destaque para as adaptações de clássicos da literatura para HQs. Era uma quantidade generosa, entre 15 e 48 mil exemplares adquiridos que iam compor o acervo de bibliotecas públicas no país.

Este ano, porém, dos 250 títulos comprados, apenas 7 são gibis: as versões de "Drácula" e de "Frankenstein", ambas da Companhia Editora Nacional, e de "Turma da Mônica - Romeu e Julieta", da Panini."Bando de Dois", obra de Danilo Beyruth que saiu pela Zarabatana, "O Ratinho se Veste" (Companhia das Letrinhas), "Aya de Yopougon" (L&PM) e "365 Dias na Mata do Fundão" da Globo.

Eu digo que acabou a farra por que a quantidade generosa de aquisições levou as editoras a dirigir sua linha editorial para os quadrinhos, e principalmente, para adaptações literárias que pudessem ser incluídas nesse Programa, com a desculpa de que seriam um material didático. Segundo o Blog, apenas ano passado foram trinta lançamentos que tentaram explorar esse filão, este ano, não menos. Mas a farra acabou, o governo Dilmá Rousseff cortou o barato!

O que eu tinha observado nos últimos anos é que muitas editoras que antes nem publicavam quadrinhos se lançaram nesse mercado e a qualidade dos trabalhos era questionável, pra ser bem sincero. Adaptações literárias mixurucas se misturavam com divagações sobre cultura regional e era claro que o trabalho era direcionado pra mamar nas tetas do governo. Sou contra isso. Este tipo de HQ, longe de incentivar a leitura, servia pra assustar as crianças e fazê-las odiar mais ainda o hábito de ler. Essas adaptações literárias eram tão ruins que pra mim poderiam fazer as crianças odiarem os livros adaptados e não amá-los.

Para se ter o hábito da leitura é preciso uma boa introdução. Poucas pessoas aprendem a gostar de ler na maturidade. Este envolvimento ocorre na infância e depende dos pais, as vezes dos professores. Não discordo do fato de que os quadrinhos possam ser uma ótima introdução, no entanto, há de ser um bom quadrinho.

Mas por outro lado, as vezes ficava surpreso com a qualidade de algumas obras incluídas na seleção. Veja por exemplo a lista do útimo ano, o que mais teve quadrinhos, com 25 títulos:

•O Cortiço (Ática)
•O Guarani (Ática)
•Os Brasileiros (Conrad)
•O Guarani (Cortez)
•Palmares - A Luta pela Liberdade (Cortez)
•Marcelino Pedregulho (CosacNaify)
•O Curioso Caso de Benjamin Button (Ediouro)
•O Triste Fim de Policarpo Quaresma (Ediouro)
•25 anos do Menino Maluquinho (Globo)
•Diário da Julieta: As histórias mais secretas da menina maluquinha (Globo)
•Maluquinho por futebol: As histórias mais malucas sobre a maior paixão do Brasil (Globo)
•Necronauta - Volume 1: O soldado assombrado e outras histórias (HQManiacs)
•Zoo (HQManiacs)
•Peanuts Completo: 1950 a 1952 (L&PM)
•Memórias de um Sargento de Milícias (Novo Continente)
•Bidu 50 anos (Panini)
•Demolidor: O Homem sem Medo (Panini)
•MSP50: Mauricio de Sousa por 50 artistas (Panini)
•Retalhos (Quadrinhos na Cia.)
•A Busca (Quadrinhos na Cia.)
•Persépolis (Quadrinhos na Cia.)
•O Aniversário de Asterix e Obelix - O Livro de Ouro (Record)
•O Quilombo Orum Aiê (Record)
•Frankestein (Salamandra)
•Robinson Crusoé (Salamandra)

(Veja a lista completa dos anos anteriores aqui)

É lógico que há um excesso de Menino Maluquinho e Maurício de Souza, mas é uma coisa incrível ter um Peanuts completo na sala de aula, um Demolidor Homem Sem Medo, um trabalho independente como o Necronauta, o maravilhoso Asterix e até mesmo um Retalhos. Há também títulos esdrúxulos como Palmares - A Luta pela Liberdade e O Quilombo Orum Aiê, que certamente foram incluídos na lista por questões ideológicas do governo petista.

Aliás, é nesse ponto que faço minha análise, por que depois de um ano em que foram incluidos 25 gibis na lista do PNBE, a quantidade cai drasticamente para sete ?

A resposta pode estar neste video, onde o senador Demóstenes Torres critica a manipulação ideológica que vem sendo feita nas escolas públicas brasileiras através dos livros didáticos, citando inclusive as histórias em quadrinhos.

Os estudantes brasileiros de ensino fundamental e médio vem sofrendo com livros que ensinam a falar errado (veja aqui o caso nós pega o peixe) e com manipulações ideológicas (veja aqui como a história brasileira é reescrita). Crianças também são submetidas a conteúdo constrangedor, como o abortado kit gay, preparado por uma ong estrangeira a custo de milhões, estes videos incentivavam crianças de 11 anos a se tornarem transexuais (veja aqui).

Quadrinhos servem pra isso? Infelizmente sim, muitas vezes. Mas na maior parte das vezes não! Quadrinhos são incentivo a leitura e gosto pelo conhecimento e poucas vezes servem pra inserir opiniões políticas nas crianças, manipular suas opções sexuais e para distorcer a história recente do país em favor de um partido. A maioria dos títulos comprados pelo PNBE no ano passado claramente não serve pra isso, vão na direção de um enriquecimento cultural (as adaptações de clássicos), desenvolvimento da sensibilidade (Retalhos, Peanuts), e entretenimento (Demolidor, Necronauta, Asterix, Mônica, Menino Maluquinho).

Mas o que este governo claramente deseja é o contrário, prefere as crianças falando errado, diminuindo seu nível cultural, odiando a leitura e votando em seu partido. Por isso a compra de HQs para serem distribuídas nas escolas públicas brasileiras foi cortada drasticamente.




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