28 de nov. de 2011

Propaganda de guerra nos gibis dos anos 1940


No início dos anos 1940, os EUA ainda nem tinham entrado na Segunda Grande Guerra, mas quase todos os super-heróis já combatiam o Nazismo. O Capitão América foi criado por Joe Simon e Jack Kirby com esse objetivo, ele surge em março de 1941.

Hoje você vê Frank Miller sendo azucrinado pela crítica de quadrinhos porque fez o gibi Holy Terror, onde um herói combate o terrorismo, e justificou-se dizendo ter feito um revival do estilo de propaganda de guerra dos anos 1940. Praticamente ninguém aceitou sua justificativa.

Atualmente é muito difícil para a crítica de quadrinhos aceitar uma criação que aborde um assunto sério como a guerra, mas desprovida de um nível informacional já comum a qualquer gibi de super-heróis do nosso tempo. Para o público isso não parece tão difícil, tanto que Holy Terror esta vendendo muito bem, assim como os gibis dos anos 1940 vendiam.

Mas qual é a diferença entre 1941 e 2011?

A única diferença é que naquela época quem lia quadrinhos eram as crianças e as pessoas semianalfabetas, elas não estavam nem aí pro sentido ideológico dessas historinhas. Elas simplesmente liam pra se divertir e aceitavam perfeitamente a existência de inimigos malvados como os nazistas e se empolgavam com um herói a combatê-los, tudo muito ingênuo, sem informação. Crítica de quadrinhos? Não, isso não existia em 1941!

Hoje quem lê quadrinhos não são somente crianças e pessoas incultas, há também um público de pessoas velhas que consumiram um monte de informação, passaram por universidades, onde tiveram suas mentes lavadas, e agora fazem questão de criticar quadrinhos, revistinhas, gibis, como se fossem grandes obras da cultura ocidental.

A chamada "crítica de quadrinhos" reúne fãs de HQ que se tornaram jornalistas ou profissionais da área e mesmo pessoas que nem a esse nível chegam, são apenas fãs envelhecidos que já leram muito e dão pitacos sobre tudo.

Hoje não se pode fazer uma ingênua propaganda de guerra como em 1941 sem incomodar essa "crítica" porque supostamente o público de quadrinhos atualmente tem mais informação e não aceita essas simplificações da realidade. Mas quem não aceita são apenas os críticos.

Frank Miller fez um trabalho muito ingênuo e superficial em Holy Terror e foi execrado, mas eu duvido que uma criança que leia seu trabalho venha a se importar com o fato de ler uma propaganda simplista. Pesquisando sobre a presença da propaganda de Guerra nos gibis dos anos 1940, encontrei alguns exemplos surpreendentes de gibis que hoje seriam considerados escandalosos, politicamente incorretos e mesmo imbecis, mas que eram lidos avidamente por milhões de crianças americanas e até de outros países, sem nenhum tipo de julgamento crítico.

São revistas de personagens ainda hoje conhecidos, como o Superman, e de outros que não sobreviveram a Era de Ouro e hoje estão esquecidos. Em todas vemos um inimigo claro: os nazistas e os outros integrantes do Eixo, os japoneses, os italianos. O mundo representado alí é simples e de fácil compreensão.

Frank Miller afirma que fez um revival desse período. Da mesma forma que hoje são feitos tantos revivals de quadrinhos da Era de Prata, como All-Star Superman e Tom Strong. Mas sua justificativa não foi aceita, afinal, a guerra ao terror é um assunto sério.

O que me faz perguntar se hoje os gibis não estão sendo levados demais a sério...


Cat-Man estrangula Hitler

Tocha Humana enfrenta os Japoneses

Daredevil combate Hitler

Super Snipe enfia uma espada na bunda de Hitler

Captão Marvel Jr. chicoteia Hitler e Hiroito com um cinto

Besouro Verde derrama um rio de sangue nazista

Tio Sam entra em ação


Superman captura Hitler e Hiroito

Joe Palooka nos esforços de guerra

Tio Sam é o Campeão!

























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